Levantamento da Quaest é criticado por analistas que apontam suposta estratégia para enfraquecer a oposição e favorecer continuidade do projeto de poder do PT

Uma pesquisa eleitoral recente da consultoria Quaest tem causado polêmica no meio político, especialmente entre analistas e apoiadores da direita. O levantamento, que aponta empates técnicos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e possíveis adversários de direita para as eleições de 2026, foi interpretado por críticos como uma tentativa de fragmentar o eleitorado conservador.

A publicação do Portal Novo Norte levanta a suspeita de que o sistema político, por meio de setores da mídia e institutos de pesquisa, esteja agindo de forma coordenada para dividir a direita e enfraquecer lideranças como o ex-presidente Jair Bolsonaro, abrindo caminho para a reeleição de Lula ou a escolha de um sucessor dentro de sua base.

“É uma velha tática: dividir para conquistar. Com múltiplos candidatos da direita aparecendo nas pesquisas com desempenho semelhante, a esquerda tenta empurrar a narrativa de que nenhum deles é forte o suficiente, abrindo espaço para Lula parecer competitivo, mesmo com alta rejeição”, diz o texto publicado pelo site.

Críticas à metodologia

A pesquisa da Quaest simulou cenários de segundo turno entre Lula e diferentes nomes da direita, como Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e Ratinho Jr. Em todos os cenários, Lula apareceu com 41% das intenções de voto — o mesmo percentual atribuído a seus oponentes, configurando empates técnicos.

Críticos questionam a metodologia e o foco do levantamento, apontando que ele não mede necessariamente a viabilidade de candidatura, mas sim contribui para moldar a narrativa de que a oposição está desunida.

Eleições e a guerra da informação

Especialistas também alertam que o uso de pesquisas como instrumento político não é novidade. A divulgação massiva de determinados resultados pode influenciar indecisos e desmotivar eleitores contrários ao governo.

“O que estamos vendo é o uso seletivo da informação para influenciar o cenário eleitoral antes mesmo das pré-candidaturas estarem definidas. Essa movimentação atende ao projeto de manutenção de poder do grupo que hoje ocupa o Planalto”, afirmou um analista ouvido pela reportagem.

Caminho até 2026

Com as eleições presidenciais de 2026 se aproximando, cresce a atenção para a forma como as pesquisas de opinião são conduzidas e divulgadas. O momento é visto como crucial para a reorganização dos blocos políticos e a definição de estratégias tanto à direita quanto à esquerda.

Enquanto isso, setores conservadores reforçam a importância da unidade e da vigilância sobre possíveis tentativas de manipulação da opinião pública.