O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) publicou um vídeo nesta segunda-feira (2) no qual acusa ministros do Supremo Tribunal Federal de recorrerem ao presidente Lula, em caráter informal, por temerem uma maioria conservadora no Senado Federal a partir de 2026. Segundo ele, os ministros estariam “em desespero” com a possibilidade de sofrerem processos de impeachment e estariam pressionando o governo petista por proteção.

No vídeo, Gayer diz que a Corte está apavorada com os resultados esperados para as próximas eleições e que os magistrados já teriam “feito os cálculos” ao constatar que o ex-presidente Jair Bolsonaro deve eleger a maioria dos senadores. O temor, segundo o parlamentar, é que essa composição facilite a abertura de processos contra membros do STF.

Para o deputado, o que está em jogo é a sobrevivência política dos ministros da Corte. Ele afirma que a chamada “ditadura da toga” estaria usando todos os meios para evitar que candidatos de direita cheguem ao Senado, inclusive perseguindo os nomes mais bem colocados nas pesquisas. Gayer aponta uma tentativa de intimidação contra pré-candidatos alinhados à direita, por meio de inquéritos e ações judiciais, com o objetivo de inviabilizar campanhas.

De acordo com o parlamentar, alguns ministros teriam procurado diretamente o presidente Lula com pedidos de ajuda, argumentando que já teriam feito “favores” ao petista no ado. Ele sugere que teria havido uma cobrança velada por “lealdade”, mencionando supostos atos do Supremo que beneficiaram Lula, como a anulação de condenações e ações que teriam dificultado a candidatura do campo adversário.

Gayer afirma que Lula já teria sinalizado que não tem como reverter o avanço da direita nas urnas. Segundo ele, o petista estaria “largando de mão” o Supremo diante das dificuldades políticas e econômicas que enfrenta, principalmente com a retomada das sanções internacionais por parte dos Estados Unidos desde o retorno de Donald Trump à presidência americana.

O deputado também destaca uma reportagem que aponta preocupação real dos ministros com a eleição do próximo presidente do Senado. A escolha do cargo será decisiva para abrir ou bloquear pedidos de impeachment de ministros, como já defendem figuras próximas a Bolsonaro. Gayer cita que a deputada Clarissa Tércio e o pastor Silas Malafaia já articulam apoio somente a nomes favoráveis à responsabilização dos magistrados.

Ainda no vídeo, Gayer afirma que a disputa pelo Senado pode ser até mais importante que a corrida presidencial em 2026. Ele sustenta que o poder de frear decisões abusivas estaria, finalmente, nas mãos dos representantes eleitos pelo povo.

O parlamentar encerra seu pronunciamento com críticas duras ao que chamou de “inversão da democracia”. Ele afirma que, no Brasil, a Corte que deveria garantir a livre escolha do povo estaria agindo para impedir que senadores alinhados à direita cheguem ao Congresso. Para ele, trata-se de uma tentativa de manter o sistema de poder estabelecido por meio do medo, da perseguição e da interferência no processo eleitoral.